O meu corpo rejeita imagens tanto como as recebe ou cria.
A minha mão encolhe-se, refugia-se e tenta fugir de si mesma ao lembrar-se da tua, que um dia lhe pegou e hoje talvez pegue noutra.
Os meus joelhos acertam no ar onde um dia o teu ventre esteve sobre o meu, umbigos alinhados e raízes entrelaçadas.
A minha cabeça abana freneticamente, escapando aos beijos que me deste e que não voltarás a dar.
Durmo dezasseis horas para tentar fugir ao teu fantasma, mas quando acordo é a ele que estou abraçada.
(11 de maio de 2018)