Sentei-me e olhei para a rapariga à minha frente. Tinha os olhos vermelhos e inchados, os lábios desidratados e com feridas abertas, a mão levemente inchada, o cabelo preso num rabo de cavalo despenteado, o rosto pálido. A sua respiração estava acelerada. Olhava em frente, alheada da preocupação da sua mãe que estava sentada ao seu lado.
Mexericava num pequeníssimo e belo búzio com as pontas dos dedos, ocasionalmente imobilizava-o , olhava-o, uma lágrima caía dos seus olhos, guardava-o no bolso, retirava-o e tudo se repetia.
Aleatória e momentaneamente fixou os seus olhos nos meus e percebi que ela era eu.
(14 de junho de 2017)
Sem comentários:
Enviar um comentário